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Algumas reflexões a propósito do livro de João Paulo Tavares de Oliveira intitulado A UTOPIA NO ROMANCE BIOGRAFIA DO LÍNGUA, DE MÁRIO LÚCIO SOUSA* - 3ª Parte

Como é também sabido, as várias tentativas de renovação das concepções marxistas e marxistas-leninistas mediante a conceptualização de um estado democrático-revolucionário socializante de transição, alternativa à - ou complementar da - concepção da ditadura do proletariado como o estado típico de transição revolucionária, acabaram por soçobrar e frustrar-se, falindo na prática concreta dos países que transitoriamente as experimentaram, na medida em que cedo foram submergidas pelo cerco imperialista e pela alegadamente premente necessidade da agudização da luta...

Uma abordagem crítica do romance A ÚLTIMA LUA DE HOMEM GRANDE, de Mário Lúcio Sousa - Parte IV

As pistas lavradas no livro ora em apresentação deixam poucas dúvidas, se pudermos descodificar as mensagens enviadas de Lisboa e Bissau aos conspiradores, depois emboscados na trágica noite de Conacri: “Não matem o Amílcar, por amor de Deus!” e “Luz verde à não luz vermelha!”. Facto é que pagou com a vida a circunstância de não querer deixar-se amarrar para ser exibido em Bissau e Lisboa como alegado terrorista acossado, capturado e vilipendiado , como em tempos passados acontecera com o Imperador de Gaza, Ngungunhane, e ademais se recusar a calar a boca, como irritado e...

Uma abordagem crítica do romance A ÚLTIMA LUA DE HOMEM GRANDE, de Mário Lúcio Sousa - Parte III

Lendo o romance A Última Lua de Homem Grande a par do livro Amílcar Cabral (1924-1973)- Vida e Morte de um Revolucionário Africano e do livro O Fazedor de Utopias-Uma Biografia de Amílcar Cabral, nas suas partes respeitantes à infância e à adolescência de Amílcar Cabral, fica-se com a impressão que estamos face a um menino super-dotado, a um menino-prodígio, tão agarrado aos estudos que diverge completamente da imagem que normalmente se tem dos retardados escolares, isto é, daqueles que ingressam na escola perfazendo idades muito superiores às dos demais condiscípulos e colegas...

A transversalidade da escolha

...as escolas, universidades, não capacitam o sujeito a ser exímio engenheiro e arquitecto na disciplina de escolha. As academias injetam o conhecimento científico e académico, mas não formam personalidade, caráter e consciência espiritual. Saber escolher com inteligência e sabedoria, implica numa profunda dose de inteligência, sabedoria e bom senso. Não é uma questão da intelectualidade, diploma ou posição social. Ultrapassa essas áreas e vai além disso. A construção do ser humano está ligada à sua capacidade de saber escolher.

"É ka Lobu ki Fase". Un munumentu pa ristituison di dignidadi di povu i di língua kabuverdianu

[Aprizentason di livru “É ka Lobu ki Fase - Stórias di Nha Tiu Lobu i dotus Inda Mutu Más Lobu, O Tratadu di Mizéria i Grandeza di Pátria Kabuverdi” di José Luiz  Tavares]

Pátria Soletrada à Vista do Harmatão  

Galgando hoje esses poios, numa faina temperada pelo entusiasmo, voltaremos a habitar o esforço da prosperidade, atentando nas várzeas e encostas regadas, mas reconhecendo a visitação do quebranto, quando os nossos olhos cansados se voltam para essas ruínas plantadas no itinerário da vasculhação, que é a razão dos nossos pés enterrados na terra seca, para reparação do que houvermos destapado com as nossas mãos mansamente imbuídas de mortalidade.

Outros Paleios

,,,enquanto escrevo este artigo, centenas de famílias continuam a viver, em São Vicente, em condições habitacionais miseráveis, apesar de, paradoxalmente, muitas delas coabitam paredes meias com (espante-se o leitor) bairros e novos complexos habitacionais que, pese embora se encontrem concluídos, permanecem vazios. É disso exemplo o bairro da Portelinha, construído, dentro dos prazos, pela cooperação chinesa e inaugurado, em janeiro de 2022 com pompa e circunstância pelo Governo de Cabo Verde, sob o olhar incrédulo e desolado da população das redondezas que, há muito se...